domingo, 19 de abril de 2009

Sânscrito e computação

Assistindo ontem um documentário sobre a vida de Bill Gates, fundador da Microsoft, me lembrei de ter lido uma vez sobre a relação entre o sânscrito e a computação moderna e achei um assunto bem interessante para tratar aqui no blog.


Quando ouvimos o termo computação logo nos lembramos de nossos computadores. Mas a computação já existia muito antes de os computadores serem inventados. Estes são apenas ferramentas da computação.


A computação pode ser definida como a busca de uma solução para um problema, a partir de entradas (inputs) e de um algoritmo. Por muito tempo isso foi feito com caneta e papel, giz, pedra ou pela mente. Somente nas últimas décadas inventamos máquinas capazes de fazer cálculos.


No século V a.C., na Índia antiga, um tal de Panini resolveu criar uma gramática para o sâncrito. O interessante é que até ele ninguém tinha feito isso. O sânscrito foi o primeiro idioma a ter uma gramática e até hoje ela é uma das mais complexas.


E Panini criou uma obra notável. Provavelmente sem escrita, ele compôs uma gramática sânscrita que levou o nome de Ashtadhyáyi (ashta=oito, dhyáyi=capítulo), constituida por 3.959 sutrás!


E para estruturar tantas regras, Panini criou um sistema extremamente lógico e sistemático. A Panini é creditado a descoberta dos conceitos de fonemas, morfemas e raiz, que só foram usados pelos lingüistas ocidentais dois milênios mais tarde.


Todo esse formalismo e rigor lógico inspirou os primeiros téoricos da computação moderna, como Alan Turing, John Backus e Peter Naur, a criarem seus primeiros modelos téoricos de computadores, que precisavam de uma linguagem bem estruturada para funcionar.

E esses modelos téoricos permitiram o desenvolvimento dos computadores físicos que conhecemos hoje.


Portanto, se não fosse pelo sânscrito e a sabedoria dos grandes Mestres da Índia antiga, provavelmente você não teria e.mail, internet, e não estaria lendo esse blog agora :)



Abraços,

Vini

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